Nossa Senhora do Rosário

Nossa Senhora do Rosário
Altar da Capela da Comunidade dos Arturos - Contagem MG. Créditos: Grupo Arturos Filhos de Zambi

Grupo Arturos Filhos de Zambi - Comunidade dos Arturos

O Grupo Arturos Filhos de Zambi é formado por jovens da Comunidade Negra dos Arturos em Contagem. A comunidade se identifica pelo nome de seu fundador e ancestral, Arthur Camilo Silvério, e mantém tradições, saberes e valores que são passados de uma geração para outra. Dentre as tradições encontram-se o congado e a folia de reis como as mais conhecidas.

Este blog apresenta alguns vídeos, fotos e textos que foram produzidos durante o desenvolvimento das atividades da pesquisa "Filhos de Zambi: Uma Nova Estratégia de Reprodução dos Valores e Significados Tradicionais na Comunidade Negra dos Arturos em Contagem". Essas atividades foram desenvolvidas com recursos da Bolsa Funarte de Produção Crítica em Culturas Populares e Tradicionais 2010. As atividades foram desenvolvidas pelo Grupo Arturos Filhos de Zambi com o proponente da pesquisa, Rubens Aredes.

Relato da Miriam



Há dez anos atrás, para mim, ser um arturos era uma vergonha, pois a comunidade não era vista como é hoje, as pessoas taxavam a comunidade como macumbeiros e até mesmo como uns animais. Tínhamos também a fama de ser brigadores, mas ao passar do tempo, vi que a comunidade, apesar de tudo, era conhecida internacionalmente através de sua história e sua cultura. E eu conheci e comecei a participar das atividades da comunidade com mais orgulho, participando assim do congado na guarda de congo, e antes eu era apenas uma dançante e componente, hoje com o meu esforço e orgulho, fui nomeada capitã, neh, e... Comecei a tirar os canos. E de hoje em diante pretendo manter e contribuir mais para que as tradições vá em frente e nunca se acaba e assim tende a crescer mais e mais.
            Dentro do Filhos de Zambi eu tenho pouco tempo no grupo, há mais ou menos 14 anos. Comecei dançarina e os meus conhecimentos sobre a dança foi através de oficinas e intercâmbios com outros grupos, daí vi que poderia ser muito bom esses conhecimentos para o meu futuro. Assim depois de ter esses conhecimentos comecei a me aprimorar mais e principalmente na parte teórica. Então comecei a fazer algumas coreografias junto com algumas meninas do grupo e o mesmo sendo utilizado para a apresentação. Cheguei também a trabalhar na prefeitura de Contagem como instrutora de dança afro e atuação, no projeto educação pelo tambor e no Centro Cultural de Contagem. Assim pude perceber mais como essa cultura afro passou a ser aceita em nosso município e hoje também participo de grupo teatral da comunidade que com suas peças contam um pouco da nossa história e também um pouco da história da escravidão no Brasil.

 Míriam Regina dos Santos